Italo Calvino, o grande autor italiano
em seu livro "Cidades Invisíveis"
poderia ter dedicado um capítulo a Natal:
a cidade das dunas
onde os moradores soltam balões
Cheios de memórias, ar quente
sonhos inconclusos e belas imagens
Os ventos Alísios levam-os para longe
Sobre a linha do equador são calcinados ao sol
Os habitantes são vizinhos da natureza grandiosa
dunas maiores que edifícios
praias maiores que rodovias
O sonho da cidade grande é devaneio
Alguns ainda buscam no horizonte
as caravelas de Cabral
que aqui aportaram ha cinco séculos
à caminho de um Porto Seguro
Outros esperam a próxima guerra mundial
para mostrar as capacidades militares da cidade
Distante quatro horas de Dacar
Sete de Lisboa outras 4 quatro de São Paulo
Natal vai de avião para futuro
abraçada ao seu passado geológico
Qual a renda per capita?
Os natalenses têm indice de natureza
Pessoas com o eu oceânico aflorado
vão dar certo em Natal
Pessoas cujo passado ancestral
insiste em assombrar o presente
vão se dar muito bem em Natal
Onde havia uma rica civilização de corais
surge uma cidade vibrante
com um tempo marcado de vida
até que o mar soberano retorne
ao seu leito original
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