Pesquisar este blog

segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Audaz

I


Cadeira 11, apertem os cintos

Os cinco sentidos:

Lá vou eu, mundo grande

na saga nem sempre iluminada 

da luta pela liberdade

Beijos pai, beijos mãe 

As rodas do ônibus querem partir

Brasília é um grande teatro

Mas eu quero conhecer os roteiristas

Quero ver o ensaio dos atores


II


Quem dirige este espetáculo?

Estou pronto para a exploração

Outros tantos Brasis esperando

O meu olhar carinhoso

No nosso português cabem tantos

portugueses e sotaques

Indígenas, negros e mamelucos

Sigo pela América do Sul

No rastro dos nossos ancestrais

Ninguem vai me dizer que sim


III


Pois eu vou dizer que não

Se pisa nos sonhos de ninguèm

A república dos estudantes

foi fundade e a notícia corre 

Pelo mundo para não restar dúvida

Comecem a contagem regressiva

O pequeno mundo das ideias ingênuas

Que nascem de brincadeiras sérias

Vai traçar versos nos territórios

Das cidades ansiosas pelo nosso cantar


IV


E por que não sabiam que era impossível

aqueles velhos loucos jovens

Foram lá para transver a verdade

Nem que seja por um instante

Mesmo que dos muros altos 

Nos vejam tão pequenos

É possível plantar a semente do sonho

Escondida em meio ao burburinho

Desarpercedida e infantil

Para depois acompanhar-la


V


Mesmo de longe

Dando sombra e o doce frutal

Ainda o choro da desconstrução

O rebrotar mais adiante

Nada mais forte do que a vontade

Que a necessidade que insistentemente

Precisa voltar ao seu leito natural

Enquanto isso vou desconhecer

A América

Dos filmes, das idéias de liberdade


VI


Vou reconhecer essa raíz forte?

Que porções mágicas ela faz?

América, que mulher eres tu

Que me olha com olhos hipnóticos

Eu não tenho dinheiro

mas mãos ligeiras e armadas nos pés

Que império é esse feito de dólares?

Meu corpo é de café, berimbau e poemas

De Leminisky, Quintana e Manoel de Barros


VII


Tim-Tom-Tim

How are you doing?

Has it going?

Me sorri o irmão do norte com

dente de ouro e olhos marejados

América, mulher de braços longos

Me leva para ver o mundo

Agora já sei soletrar o dialeto anglo-saxão

Deixa me ver o que tens plantado

Ali na Africa, acolá na Sulamerica


VIII


Mais ao oriente entre o Cairo 

e Jerusalem onde até os santos duvidam

O que tens semeado América?

Atravessando os altiplanos

O lago Titicaca parece que vai secar?

Tem muito carbono no ar?

Estamos sufocando América

O Car Culture agora é elétrico!

Lembre-se de como é bela a Sulamérica

A dos Andes, a da Selva e a dos Cerrados


IX


Aqui é o novo mundo

Todos os povos do globo chegam aqui

com suas ferramentas e artimanhas

Te covido para um Café Tortoni

Depois vamos ao Lamas no Flamengo

A noite te encontro em Brasília no Beirute

Que hoje à noite tem salsa em Bogotá

Tem depois Ayuaska para ver mas allá

Por que Jorge Luís Borges voltou para a Europa?

É preciso aprender o que é


X


Para errar aquilo que não é

Escavando por detrás dos azulejos azuis

de Lisboa, Sintra e Tomar

Descobrir os traços dos Tartessos

Em Lixbona, em Ulixibona

Dos tempos imemorias reconhecer

A ancestralidade do novo

Retornar com tanto a dizer aos patrícios

Tanto que contar do mundo

Não encontrar ouvidos ávidos


XI


O olhar de seca pimenteira

do amigo, o companheiro dos sonhos

Voltar com olhos transformados

para ver o que é preciso mudar

O ostracismo é semente amarga 

Que crescia no meu quintal

Vou regá-la

Vou levá-la comigo aonde for

Ainda ha muito a (se) transformar

Revoada de passáros azuis


XII


Me levam para Copacabana 

Aonde os Tupinanbás

Me ensinaram a replantar a alegria

Entre o mar e a montanha

na pequena faixa de terra

plantar sorrisos e celebrar

Beber a água fresca da esperança

Que parece mate com limão na praia

Tão verde quase azulada 

como as águas de Ipanema


XIII


Vamos retornar ao coração da Pachamama?

Para no vale sagrado ler o futuro do mundo

Um dia todos vão louvar novamente

A mãe dessas terras

Do vale Sagrado as nascentes do Amazonas

Descansar em Machu Pichu 

Nos aposentos de verão do imperador

De um lado os avós e avôs nevados dos Andes

Do outro o imenso vale amazônico a convidar

Quando a América vai despertar?


XIV


É hora de voltar para casa

Mas aonde fica minha casa

Tantas portas se abriram e fecharam

Que não sei mais aonde pousar

Quando cada canto do mundo é lar

Não reconheço meu pai nem minha mãe

Nossos sonhos comuns se perderam

Me tornei o filho pródigo 

Que volta para um vazio familiar


XV


Recolher os cacos, os trapos, as marcas

busco em mim quem não existe mais

Voltar de mãos abanando

Para colocar mãos a obra

Onde os silêncios iluminam

Brasília parou no tempo?

Ou foi a metamorfose em mim?

Que acelerou a minha coragem

Para dizer o que esta fora de lugar

Como ousas dize-lo pequeno viajante


XVI


Quem pensas que é?

Um Edgar Morin com o rosto acobreado

Queimado do sol tropical?

Com cara de filósofo ou de louco

Os pequenos milagres me visitam

Retorno a Amazônia com olhos treinados

encharcados de poesia

para transver os mistérios da mata

Aos pouco me tornei fluente naquilo

que pode ser lido no silêncio da natureza


XVII


Caminho por Brasília como o último

sobrevivente de um sulamerica de sonho

Vislumbrei o  mundo novo

E caminho por entre destroços

Trabalho aqui e acolá

Sou um pesquisador de restos e rastros

Naufrágios e entulhos que ninguem quer

Ouso querer ser especialista no erro

Na crise, no desencontro, na falta

Até que no meio do nada encontre


XVIII


O fio da meada desgarrada

Nove fora uma boa solução

Que resolveria ojalá

nossa falta de sonhos

Acho que tenho talento para criar

cenas rápidas de um futuro-presente

Só falta combinar com os Russos

Preciso de alguém para caminhar

Junto esse caminho perturbado

Que na ciência tem nome sofisticado


XIX


Agora sou um pensador interdisciplinar

Tenho cadeira na academia dos sem certeza

Sou aquele filha-da-puta que olha o que não há

O que falta na douta ciência secular

A perola que Einstein nos deixou de herança

Eu ouso colocar remendo e relativizar

A caminhada tem sido mais leve

desde que comecei a Spinosar 

Com as potências naturais que me atravessam

Ganhei em Baruch o defensor dessa falta de jeito

A audacia pode ser o outro nome da liberdade


XX


Mas pode chamá-la de felicidade

Encontro-me exilado perto da linha do Ecuador

Em Natal, coloco meus prantos para secar

Enquanto minhas alegrias esvoaçam 

atravessadas pelos ventos alísios

Não tenho para onde voltar

A Terra é minha casa

Sua história é minha história

Neste Natal, eu vou revisitar Brasília

Como se fosse a primeira vez




Audaz


Asiento 11, ajústense los cinturones

Los cinco sentidos:

Allá voy, mundo grande

en la saga no siempre iluminada

de la lucha por la libertad

Besos papá, besos mamá

Las ruedas del autobús quieren partir

Brasilia es un gran teatro

Pero yo quiero conocer a los guionistas

Quiero ver el ensayo de los artistas


II


¿Quién dirige este espectáculo?

Estoy listo para la exploración

Otros tantos Brasiles aguardan

Mi mirada cariñosa

En nuestro portugués caben tantos

portugueses y acentos

Indígenas, negros y mestizos

Sigo por América del Sur

En el rastro de nuestros ancestros

Nadie va a decirme que sí


III


Pues yo voy a decir que no

Si pisa en los sueños de nadie

La república de los estudiantes

fue fundada y la noticia corre

Por el mundo para no quedar duda

Comiencen la cuenta regresiva

El pequeño mundo de las ideas ingenuas

Que nacen de bromas serias

Va a trazar versos en los territorios

De las ciudades ansiosas por nuestro canto


IV


¿Y por qué no sabían que era imposible

aquellos viejos locos jóvenes?

Fueron allá para transver la verdad

Aunque sea por un instante

Aunque desde los muros altos

Nos vean tan pequeños

Es posible plantar la semilla del sueño

Escondida en medio del bullicio

Desapercibida e infantil

Para después acompañarla


V


Aun de lejos

Dando sombra y el dulce frutal

Aún el llanto de la deconstrucción

El rebrotar más adelante

Nada más fuerte que la voluntad

Que la necesidad que insistentemente

Necesita volver a su lecho natural

Mientras tanto voy a desconocer

La América

De las películas, de las ideas de libertad


VI


¿Voy a reconocer esa raíz fuerte?

¿Qué porciones mágicas ella hace?

América, qué mujer eres tú

Que me mira con ojos hipnóticos

Yo no tengo dinero

pero sí manos ligeras y armadas en los pies

¿Qué imperio es ese hecho de dólares?

Mi cuerpo es de café, berimbau y poemas

De Leminski, Quintana y Manoel de Barros


VII


Tim-Tom-Tim

How are you doing?

Has it going?

Me sonríe el hermano del norte 

Con diente de oro y ojos vidriosos

América, mujer de brazos largos

Llévame a ver el mundo

Ahora ya sé deletrear el dialecto anglosajón

Déjame ver lo que has plantado

Allá en África, más acá en Suramérica


VIII


Más al oriente entre El Cairo

y Jerusalén donde hasta los santos dudan

¿Qué has sembrado, América?

Atravesando los altiplanos

¿El lago Titicaca parece que va a secar?

¿Hay mucho carbono en el aire?

Estamos sofocando, América

¡El Car Culture ahora es eléctrico!

No olvides qué bella es Suramérica!

La de los Andes, la de la Selva y la de los Cerrados


IX


Aquí es el mundo nuevo

Donde vienen a parar todos los pueblos del globo

con sus herramientas y artimañas

Te invito a un Café Tortoni

Después vamos a Lamas en Flamengo

En la noche te encuentro en Brasilia en el Beirute

Que esta noche hay salsa en Bogotá

Luego hay Ayahuasca para ver más allá

¿Por qué Jorge Luis Borges volvió a Europa?

Es preciso aprender lo que es


X


Para errar aquello que no es

Escavando por detrás de los azulejos azules

de Lisboa, Sintra y Tomar

Descubrir los rasgos de los Tartessos

En Lixbona, en Ulixibona

De los tiempos inmemoriales reconocer

La ancestralidad de lo nuevo

Volver con tanto que decir a los compatriotas

Tanto que contar del mundo

No encontrar oídos ávidos


XI


La mirada de seca pimentera

del amigo, el compañero de los sueños

Volver con ojos transformados

para ver lo que es preciso cambiar

El ostracismo es semilla amarga

Que crecía en mi patio

Voy a regarla

Voy a llevarla conmigo a donde vaya

Aún hay mucho por transformarse

Revuelo de pájaros azules


XII


Me llevan a Copacabana

Donde los Tupinambás

Me enseñaron a replantar la alegría

Entre el mar y la montaña

en la pequeña franja de tierra

plantar sonrisas y celebrar

Beber el agua fresca de la esperanza

Que parece mate con limón en la playa

Tan verde casi azulada

como las aguas de Ipanema


XIII


¿Vamos a retornar al corazón de la Pachamama?

Para en el valle sagrado leer el futuro del mundo

Un día todos van a alabar nuevamente

A la madre de estas tierras

Del Valle Sagrado a los nacimientos del Amazonas

Descansar en Machu Picchu

En las habitaciones de verano del emperador

De un lado los abuelos y abuelas nevados de los Andes

Del otro el inmenso valle amazónico que invita

¿Cuándo va a despertar América?


XIV


Es hora de volver a casa

Pero ¿dónde queda mi casa?

Tantas puertas se abrieron y cerraron

Que ya no sé dónde posarme

Cuando cada rincón del mundo es hogar

No reconozco a mi padre ni a mi madre

Nuestros sueños comunes se perdieron

Me convertí en el hijo pródigo

Que vuelve a un vacío familiar


XV


Recoger los pedazos, los trapos, las marcas

busco en mí a quien ya no existe

Volver con las manos vacías

Para poner manos a la obra

Donde los silencios iluminan

¿Brasilia se paró en el tiempo?

¿O fue la metamorfosis en mí?

Que aceleró mi coraje

Para decir lo que está fuera de lugar

¿Cómo osas decirlo, pequeño viajante?


XVI


¿Quién crees que es?

¿Un Edgar Morin con el rostro cobrizo

Quemado del sol tropical?

¿Con cara de filósofo o de loco?

Los pequeños milagros me visitan

Retorno al Amazonas con ojos entrenados

empapados de poesía

para transver los misterios de la selva

Poco a poco me volví fluente en aquello

que puede leerse en el silencio de la naturaleza


XVII


Camino por Brasilia como el último

sobreviviente de una Suramérica de sueño

Vislumbré el mundo nuevo

Y camino entre destrozos

Trabajo aquí y allá

Soy un investigador de restos y rastros

Naufragios y escombros que nadie quiere

Me atrevo a querer ser especialista en el error

En la crisis, en el desencuentro, en la falta

Hasta que en medio de la nada encuentre


XVIII


El hilo de la madeja desenredada

Prueba de nueve fuera una buena solución

Que resolvería ojalá

nuestra falta de sueños

Creo que tengo talento para crear

cenas rapidas de un futuro mejor

Solo falta combinar con los Rusos

Necesito a alguien para caminar

Junto este camino perturbado

Que en la ciencia tiene nombre sofisticado


XIX


Ahora soy un pensador interdisciplinar

Tengo asiento en la academia de los sin certeza

Soy aquel hijo-de-puta que mira lo que no hay

Lo que falta en la docta ciencia secular

La perla que Einstein nos dejó de herencia

Yo me atrevo a poner remendo y a relativizar

La caminata ha sido más ligera

desde que empecé a Espinosar

Con las potencias naturales que me atraviesan

Gané en Baruch al defensor de este desatino

La audacia puede ser el otro nombre de la libertad


XX


Pero puedes llamarla felicidad

Me encuentro exiliado cerca de la línea del Ecuador

En Natal, pongo mis llantos para secar

Mientras mis alegrías revolotean

atravesadas por los vientos alisios

No tengo a dónde volver

La Tierra es mi casa

Su historia es mi historia

En esta navidad, voy a revisitar Brasilia

Como si fuera la primera vez.

















Nenhum comentário:

Postar um comentário

Audacious

I Seat eleven, fasten your belts The five senses on board: Off I go, wide world On the not-always-bright journey For freedom’s sake Kisses, ...