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domingo, 22 de junho de 2025

Passado a Limpo

Passado a limpo

é verdade do Olímpo 

Noves fora o futuro

Aquilo que fica no corpo

quando a eternidade vira espuma

Aquilo que fica no mundo


quando o tempo vira história

Tempo curvado no espaço

Espaço passado

incomensurável e ausente

Espaço fora e dentro

Espaço que pega carona


Dá palpites e acena com as mãos

O passado é um endereço

para transver o presente

de um deja-vu no futuro

Diria Spinoza no século 17

O passado é o que se queima 


do presente

como o rabo do foguete

feito de óleo queimado e quente

Mas pode ser encontrado no futuro

fantasiado de profeta

Passado a limpo


Libertar a eternidade

do presente 

de um futuro do passado

Viver o vazio encorpado

de roupa nova

sem os adereços da memória



quarta-feira, 18 de junho de 2025

A Bailarina (para Andrea)

Para a pequena bailarina

o palco é o reino dos sonhos

desejos sem nódoa

onde bailarina aprende 


sem pausa

incorpora o tempo nos músculos

na harmonia com a música e os ruídos

Ocupa o espaço entre o real e o imaginário 


aterrisa no presente 

salta sobre o espaço

Alistada para as batalhas

seu ser ainda mais treinado


não é objeto que se queira

não é coisa que se venda

É barco da consciência

É teatro do mundo


Ela desencontra do bem e do mal

do romantismo que reduz

ao realismo fantástico que ilumina

personagens e fantasias


que transmutam a tristeza 

em espetáculo

para que todos aprendam 

a ser livres


mesmo que doa

se há beleza há jeito

A bailarina caminha 

em alegre paço


em direção a si mesma

sábado, 14 de junho de 2025

Pedir a Deus

Cuidado ao pedir

á maior das divindades do planeta

o Deus do Universo

desejos impensados


quereres desnecessários

Assim como a mentira 

encontra a verdade

O pedido encontra 


o aprendizado

logo na curva da necessidade

Ter o que não se precisa

cria a lição pelo avesso


Crianças pedem e são perdoadas

os desejos se tornam professores

Adultos pedem sem sabedoria

recebem dificuldades


Ah! bruta flor da necessidade

Prima irmã da liberdade

Tempo

O passado insiste em estar presente

O futuro insiste em estar presente

O presente insistemente diz:

"Fiado só amanhã"


O próximo momento não chega nunca

esse aconteceu ainda agora

não vai embora

Esse trem chamado presente 


não tem passageiros

só vultos e sombras

fantasmas de um tempo assombrado

O poeta é o passageiro dessa agonia 


Se vive insistentemente

essa eternidade sem fronteiras

precisa inventar um tempo com

estrelas, astros, elipticas órbitas


para dizer que aqui começou

ali aquilo finalmente findou

e tudo fazia sentido:

"Fiado só amanhã"


quarta-feira, 11 de junho de 2025

Borda (Tanka)

Aonde está a borda

do azul no mar?

A resposta flutua no arco-iris

A cor violeta ameaça aparecer

no horizonte do olhar


terça-feira, 10 de junho de 2025

Ainda descrente

vela a chama tremula

na pequena capela

O combustível do pávio

feito dos parcos desejos

entendimentos imperfeitos

O coração apequenado

está ali para agradecer

Está ali a pedir de novo

A lua cheia enorme clama

chama pela fé:

ilumina-se de incertezas

quinta-feira, 5 de junho de 2025

Filosofias da Incerteza

Esta tudo ligado!

Está tudo em transformação!

Se as ligações não são visíveis

as transformações não tem direção

Se as transformações são inusitadas

as ligações são caóticas, polifásicas

Se o que está ligado não se sabe como

se transforma em não se sabe o que

e nem se sabe quando

o mundo precisa urgentemente 

de um calendário das incertezas 

metafísicas e imanentes

pregado nos muros das catedrais

Quem cultivar suas incertezas

construirá pontes

entre o visível e o invisível

e caminhará para sua individuação

mesmo imerso 

em conexões transformações



Passado a Limpo

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