Em Manuel de Barros
os haikais chegam primeiro
que o poema
É como bebê criado
a partir do coração
Chega batucando
no peito e na página em branco
(Leminsky dizia que corpo feito
poema pronto é hora
de encontrar o coração do poema)
Em Manoel de Barros
o poema começa pelo fim
Diga-me seus haikais
que te direi qual é a tua poesia
Este alicerce de nuvens
onde todos versos se
equilibram como
um castelo de cartas
ou de areia
Basta tirar um haikai
e tudo desmorona
como um dominó
de sentidos e sons
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