República
de Estudantes:
A História do Movimento Estudantil
Identidade
da Unicamp
Prefácio
Revisitando as entrelinhas do excelente livro de Marcelo Rubens Paiva "Feliz Ano Velho" é possível perceber um embate profundo na história política brasileira. Que democracia queremos? Se somos uma democracia, somos um democracia de que tipo? Na história deste livro, um líder de um centro acadêmico da Universidade Estadual de Campinas, e simpatizante do recém criado Partido dos Trabalhadores, sofre uma acidente que retira seu movimento das pernas e braços.
Começa ai sua saga para reaver seus movimentos no corpo e na história. Filho do deputado federal Carlos Paiva, assassinado pela ditadura militar, Marcelo reconstrói essa trajetória e a sua para reconstruir também as linhas de entendimento da história da criação da Unicamp, e do seu país. Diante da tetraplégia, ele irá vivenciar a exclusão de diversas formas em um pais de cultura patriarcal e escravocrata, cujo o direito das minorias é ainda ignorado.
O livro mostra com uma linguagem cinematográfica esse desenrolar de fatos pessoais e coletivos onde o autor busca forças para repensar a vida e a política como ferramenta de construção dessa vida. Seu livro é um chamado a reconstrução da capacidade de sonhar no pós-ditadura. A Unicamp era o palco ideal para essa reconstrução, a conhecida universidade de esquerda. Na sua formação e construção, recebeu muitos cientistas e professores exilados em seu próprio pais e aos cuidados do reitor interventor federal Zeferino Vaz, que dá nome á cidade universitária.
"Feliz Ano Velho" me tirou de Brasília e me arremessou no distrito de Barão Geraldo, Campinas, estado de São Paulo onde se localiza o campus da Universidade Estadual de Campinas. Mas eu não cheguei lá sozinho. Uma geração de jovens veio comigo e a gente queria ser feliz, e construir um novo pais a partir de um campus universitário muito especial. Queriamos um Brasil que dividisse com seus filhos e filhas o alimento, a natureza, o conhecimento, e a capacidade de sonhar, queriamos uma nova república, uma república em que pudessemos experimentar e construir juntos: uma república de estudantes.
- A chegada
- O Saco-roxo
- Saraus poéticos e políticos
- No reino dos doutores
- A tomada da bastilha estudantil
- É tudo nosso!
- O latifúndio é o conhecimento
- A Revista Cópula
- O Cursinho do DCE
- As Rádios-Livre Muda, Cega e Surda
- Identidade: entre à esquerda
- Dialogando com o Tio Sam
- A volta
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