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terça-feira, 23 de dezembro de 2025

O Chamado

O chamado das florestas

O chamado dos bosques

O chamado das noites com lua

Inrompe no peito um desejo louco

de ser da floresta, dos bosque e da lua

Correr com os animais em busca

do alimento da alma


Atravessar torrentes de ar e chuva

vendavais poderosos

ventanias avassaladoras

e ainda ser como a chuva e o vento

e o rio e a tormenta

Fluir em direção ao serviço

Se perder na necessidade do outro


No poder seu e vosso

Na potencia do ser e no seres

Existir em cosmogonias

sem fim e nem começo

Regar em si e nos outros

o amor que faz o planeta

girar ao chamado


Busco meu cavalo

conviduo a percorrer caminhos

Voltarei com ele ao local da nascença

Reconheço aonde comecei

Miro no horizonte

aonde fica meu final:

galopar em direção ao sol



sábado, 13 de dezembro de 2025

Anu Preto

O Anu Preto pousou 

em um verso

para ver o mar


Admirado 

sorveu a alma marítima

Suas ondas e nuvens 


Evaporou-se depois

leve de tanto azul

sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

Fez-se a Humanidade

Quando as divindades criaram

a humanidade e a natureza

queriam observadores de segunda ordem

para confirmarem a resiliência do universo criado


Ali no jardim do paraíso

um laboratório de testes fez

cada humano perceber-se

como um universo aberto


em constante troca com o mundo

A consciência humana

forjou-se estocástica, adaptativa e resiliente

e apesar das reclamações iniciais


sempre adaptável e agradecida

as intemperes e milagres 

(incluindo as tragédias bíblicas)

enviadas pelos deuses


Nem dentro nem fora

Nem dentro nem fora

Sem ponto fraco

Ou forte

Sem miolo nem casca

O olho vê a si mesmo


Na penumbra da existência

Dar a vida ao que vive

Abrir alas aos céus

Aceitar o sonho

Adentrar na floresta 


Não temer o tigre aqui dentro

Próximo e distante perdem o foco

Novas palavras nascem

Para dizer o que não se diz

O que é tão lá e aqui 


Ao mesmo tempo e ontem 

O amanhã é a outra face da morte

A moeda da vida paga para ver

Não é preciso fazer o que faz

Nem ocupar o que não existe

quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

Cortar o Mundo

Quem pergunta

com faca abre o mundo

Faz o corte e separa

o real e seu entendimento

Quem prefere o lado certo?

Quem fica com o pato?

A pergunta e a resposta 

são irmãs siamesas separadas

depois do parto

A faca tem a imprecisão do desejo

a vontade do percebido

Perguntar ofende

pois escolhe e afasta

tudo que não rimar com resposta

Perguntar está no fio da navalha

É faca de ponta que desponta 

de um mar de incertezas

Certezas a gente pesca com sorte

Em rede, pega-se de tudo

Periga ficar do lado de fora



segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

Formiguinhas

Será que as formiguinhas sentem

o valor da colaboração entre elas?

Movidas por puro instinto

ou, sonham com uma alma individual?


O trabalho mesmo solitário

constroi um conforto para todos

Proteção, alimento, abrigo

a lista continua


Um formigueiro e seus especialistas

entraria em colapso

se o operário quisesse imprescionar

o soldado que buscaria por sua vez 


ser como a rainha que desistiria de parir 

e sairia por ai

Os humanos aprenderiam muito

ao observar esse cosmos em miniatura 


de um formigueiro e seus afetos

Formiga não dá "like"

De Pernas para o Ar

Dois corpos não ocupam

O mesmo lugar no espaço

Há de encontrar brecha

Mecânica ou quântica

Para caber tanto desejo 

Se você usa os pés 

Para palmilhar o mundo

Com as palmas ao chão

Eu desvendo o real

A capoeira ensina

Navegar do lado de dentro

Desse mundo enviesado

Plantando bananeira

Para entender o por que

De tanta liberdade cerceada

De pernas para o ar

Venha ver

Todos tem espaço-tempo

No jogo da vida

O Chamado

O chamado das florestas O chamado dos bosques O chamado das noites com lua Inrompe no peito um desejo louco de ser da floresta, dos bosque e...